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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Telemedicina nas ambulâncias reduz o número de mortes

Condutores, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e coordenadores do Samu passam nesta segunda (29) e terça-feira (30) por capacitação para o uso dos kits que vão permitir a análise de eletrocardiogramas em poucos minutos, diagnosticando o paciente antes que ele seja levado ao hospital.


A partir de abril, oito novas ambulâncias de suporte avançado do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu 192) passarão a contar com o programa em Telemedicina do Ministério da Saúde.


Os treinamentos estão sendo realizados por profissionais do Hospital do Coração de São Paulo, em parceria com o MS. “A viatura avançada atende o paciente com suspeita de enfarto e a equipe faz o eletrocardiograma, manda via celular para a central em São Paulo, que responde com o laudo e sugestão de tratamento. A ação diminui os custos hospitalares, já que o paciente é encaminhado diretamente para o hospital de referência”, explica o enfermeiro e membro do Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor, Antônio Cláudio de Oliveira.


Cerca de 150 profissionais de toda a Bahia passam pela capacitação que está acontecendo na sede do Samu 192 de Salvador. O curso traz orientações sobre como utilizar a nova tecnologia de transmissão via ondas de rádio, a Tele-eletrocardiologia. O programa será estendido para o Samu de todo o Estado.


Salvador já conta com o programa desde 2007 e foi pioneira em todo o Brasil. Hoje, são quatro ambulâncias equipadas com o kit. “Com a telemedicina é possível definir um diagnóstico precoce e assim reduzir em até 20% o número de mortes por doenças cardiovasculares. Nos casos confirmados, por exemplo, podemos encaminhar o paciente diretamente para o Hospital Ana Nery, referência hoje em Salvador para doenças do coração, e assim ganhar tempo no tratamento”, esclarece o coordenador do Samu 192 de Salvador, Ivan Paiva.

Adesão baixa à vacinação contra a gripe suína preocupa

Menos de 30% da população do Estado de São Paulo adere à vacinação contra a gripe suína. Número é ainda menor entre doentes crônicos cuja adesão é de apenas 10%.

A menos de uma semana do fim da segunda etapa de vacinação contra a gripe suína destinada às grávidas, crianças de seis meses a dois anos e doentes crônicos, menos de 30% da população do Estado de São Paulo foi aos postos de saúde para se vacinar.



Esta sexta-feira (2) é o último dia da vacinação destes grupos prioritários que começou no dia 22 de março. Apesar de ser feriado de Páscoa, as unidades estaduais de saúde localizadas nas rodoviárias e no Instituto Pasteur em São Paulo estarão abertas, assim como as AMAs (Assistência Médica Ambulatorial). Já as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ficarão fechadas no feriado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Veja o cronograma completo de vacinação.


Ao todo, 1 milhão de pessoas compareceu às UBSs do Estado até o dia 24 de março, segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O número é equivalente a 27,7% dos 3,6 milhões de pessoas que o governo espera vacinar até essa sexta-feira (2) em todo o Estado.


Para a coordenadora de Controle de Doenças do Governo do Estado de São Paulo, Clélia Maria Aranda, o número é razoável, e expressa o costume tipicamente brasileiro de deixar para fazer obrigações na última hora.


Chama sua atenção, entretanto, o fato de os doentes crônicos serem os que menos aderiram. Para a especialista isso pode ser um sinal da falta de informação sobre a própria doença e da necessidade de se vacinar.
- [A adesão à vacinação] está razoável. Cerca de 70% dos trabalhadores de saúde foram vacinados, enquanto 90% dos indígenas e pelo menos uns 20% entre os bebês e gestantes. Os doentes crônicos não são nem 10%, mas a gente está insistindo na divulgação, porque enquanto tem aquele que nem sabe que a vacina está disponível, há aqueles que têm dúvida e outros que têm receio ou estão esperando passar primeiro pelo médico para saber se podem tomar a vacina.


Para a coordenadora, vale ressaltar os tipos mais comuns de doenças crônicas e a necessidade de pessoas portadoras vacinarem-se.
- Vale a pena dar esse alerta sobre doenças crônicas como asma, diabetes, câncer, HIV, pessoas com insuficiência cardíaca e obesidade mórbida. Todas elas devem tomar a vacina. As pessoas ainda têm dúvida se a doença que ela tem é crônica.


Dados os casos de mortalidade no ano passado pela gripe, o objetivo da campanha de vacinação, segundo Clélia Aranda, é diminuir o número de mortes, em especial, entre os doentes crônicos.
- Vimos o risco de doença grave e de morte entre os doentes crônicos ao longo da pandemia no ano passado. A intenção [da campanha de vacinação] não é a de bloquear a expansão da epidemia, mas diminuir os casos de morte.


Questionada se o governo espera atingir a meta de 3,6 milhões, a especialista afirma que isso não depende apenas do governo, mas “da atuação do serviço de saúde em dispor a vacina e do esclarecimento das pessoas”.


fonte:R7
foto:AFP

2 de março. Dia Mundial da Cons­cientização sobre o Autismo

O autismo é uma doença que mexe com o comportamento de crianças e que, nem sempre, é percebida pelos pais, professores e amigos.


Sobre a doença.
Descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, tem uma variante, denominada Síndrome de Asperger (1944), em que as crianças apresentam picos de inteligência e linguagem desenvolvida. De acordo com um estudo Canadense, publicado em 2003, para uma população de 100 mil indivíduos registram-se, em média, 10 com autismo e 2,5 com Síndrome de Asperger.
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. Uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente. Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação da doença também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.
O termo deriva do grego (autos = si mesmo + ismos = disposição/orientação).
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que portadores da doença vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela está desinteressada dessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.
Em 2008, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em assembleia geral, 2 de abril como sendo o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Sessenta milhões de pessoas com autismo sofrem sem acesso a serviços públicos e privados necessários em todo o mundo. Esta data busca derrubar preconceito.


“Quando se trata de autismo, parece que estamos começando a Medicina”, diz o médico geneticista Salmo Raskin, presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica. Segundo ele, não há pais que não fiquem apavorados quando o filho recebe o diagnóstico de autismo, que não tem cura. “Existe o estereótipo e até o preconceito”, diz.


“Quem já ouviu falar em autismo imagina aquela criança sentada de frente para a parede balançando a cabeça, em outro mundo, e isso é assustador”, diz Raskin. Hoje fala-se em transtorno do espectro autista, que tem um “leque” de possibilidades: a criança pode ter um alto comprometimento mental e outras síndromes associadas – e aí até caberia a cena descrita acima –, como pode ter pequenas dificuldades nas interações sociais e na comunicação, mas ter inteligência acima da média.


Se receber o diagnóstico de autismo pode ser desesperador, é fora do consultório que a batalha diária começa a ser travada – contra a doença e contra a falta de informação. “Na prática clínica observa-se que existe um incômodo ou angústia comum às famílias de pessoas com transtorno do espectro autista. Nem sempre o sofrimento é verbalizado ou claro, podendo causar até sintomas físicos nas pessoas que o vivenciam”, explica Julianna Di Matteo, psicóloga da Associação para Valo­rização de Pessoas com Deficiência (Avape) e especialista em Terapia Cognitiva Compor­tamental pela USP.


Cansaço: Nível de estresse de soldado
O nível de estresse em mães de pessoas com autismo assemelha-se ao estresse crônico apresentado por soldados combatentes, segundo estudo feito com famílias norte-americanas e divulgado no Journal of Autism and Developmental Disorders. De acordo com a pesquisa, mães que convivem com o autismo dos filhos empenham por dia duas horas a mais com cuidados do que as mães de crianças sem a síndrome, e têm mais interrupções quando estão no trabalho.
Ao longo do dia, elas também apresentaram duas vezes mais probabilidade de estarem cansadas e três vezes mais chances de passarem por um evento estressante. Segundo os responsáveis pelo estudo, é desconhecido o efeito a longo prazo sobre a saúde física dessas mães, já que o elevado estresse pode afetar o nível de glicose, o funcionamento do sistema imunológico e a atividade mental.


A causa do estresse familiar não está apenas nos maiores cuidados que uma criança com o transtorno exige (veja quadro ao lado). Socialmente, conviver com o autismo ainda é um desafio. “Ir ao supermercado ou shopping era complicado, pois o Gabriel gritava e ouvíamos: ‘Nossa!’, ‘Que horror!’, ‘Que criança estranha!’, ‘Que falta de educação!’”, conta.


Sintomas

Apoio
Famílias com caso de autismo deveriam receber apoio psicológico, pois apenas com familiares esclarecidos e unidos uma criança com autismo tem chances de se desenvolver, segundo a psicóloga Leda Fischer Bernardino, pós-dou­­tora em Tratamento e Prevenção Psicológica pela Universidade de Paris e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. “Os pais deveriam poder contar com atendimento individual e em grupos de apoio, pois é importante que eles possam entender o que acontece com o filho, como podem se relacionar com ele e, nos casos de intervenção precoce, como não desistir do contato significativo com o bebê. Se o casal não é ensinado a lidar com a situação de ter um filho com dificuldades especiais, até a vida conjugal fica seriamente perturbada”, explica Leda.


fontes: pe360graus/GazetadoPovo/JornalUberaba


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